sexta-feira, abril 21, 2006

lateralmente


Eu gosto de pensar na vida do vinho.
No facto de se tratar
de um ser vivo.


Gosto de pensar no que se passou
no ano de crescimento das uvas.
Como o sol estava a brilhar.
Se choveu.

Gosto de pensar em todas as pessoas
que trataram e colheram as uvas.
E se for um vinho velho, quantas
delas já devem estar mortas.

Gosto da forma como o vinho
continua a evoluir.
Por exemplo, se eu abrir
uma garrafa hoje...
...terá um sabor diferente
do que se a abrir em outro dia.

Porque, na verdade,
uma garrafa de vinho está viva.
E está sempre a evoluir
e a ganhar complexidade.

Isto é, até atingir o seu auge.
Depois, começa o seu declínio
lento e inevitável.
E sabe maravilhosamente bem.

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Porque o AR é à Borla

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A vida sempre foi tema muito mal explicado. Fecho os olhos e vejo, porque sou feito de teias complexas.Mas quais os segredos deste deste brilho, cristal,do SER?Mas e como vai ser ?E quando não houver luz?O que vou ser? Desenhos? Fotos? Movimentos? Poemas simples? Ou tempo?